Quietude.
3.2.11
2.2.11
Não tem título
Da vida que se segue
De verso, prosa e trova
À Vida, que me carregue
Ao sul, ao Sol à nova
Vamos à volta, então
à bela e velha nova
lembre-se do que é vão
o verso, a prosa, a trova
De verso, prosa e trova
À Vida, que me carregue
Ao sul, ao Sol à nova
Vamos à volta, então
à bela e velha nova
lembre-se do que é vão
o verso, a prosa, a trova
27.7.10
IDE
Aproveitando a questão levantada pelo R.V. posto aqui um vídeo produzido por mim para a Geração Ação da Igreja Cristã de Nova Vida. O IDE é e será sempre o mesmo, e o momento é sempre agrora. O vídeo é sobre essa nova maneira de encarar o IDE de Jesus, qualquer canto do mundo é um campo missionário, qualquer cristão é um missionário.
15.6.10
o Martinho #2
A Madrugada Apostólica
Era uma noite escura, Martinho não sabia onde estava, nem mesmo como tinha chegado ali. Era tudo meio nebuloso como nos filmes de terror. Olhando mais atentamente à sua volta, percebeu que estava atrás de uma igreja abandonada e no meio do que parecia ser um cemitério.
Martinho sabia que já havia visitado uma Igreja assim, com um cemitério nos fundos, mas não se lembrava aonde. O que é perfeitamente compreensível de acontecer em uma noite escura e que agora começava a ficar fria. Martinho seguiu então na direção da Igreja na esperança de fugir do frio.
Quanto mais andava mais túmulos via no caminho, e o frio ia cada vez aumentando mais. Cansado, sentou-se perto de uma árvore, tão morta quanto tudo ali, mais ainda assim, uma árvore. Prometeu ali, diante dos céus, que nunca mais tomaria vinho com chucrute e pernil de porco antes de dormir, nunca mais mesmo, nem como penitência.
Martinho ficou ali sentado tentando se lembrar de quando tinha visitado alguma Igreja com cemitério, afinal não é uma coisa muito comum. De repente, houve um estalo, ali do seu lado, uma mão magra saia da terra, seguida por um braço e um resto de corpo. “Mein Gott, o que é isso?” exclamou Martinho, e o defunto replicou : “απόστολος..... απόστολος....buuu”.
Aquilo era realmente assustador, e só seria menos assustador se os amigos do primeiro zumbi continuassem dormindo o que não aconteceu, já que sempre que um zumbi acorda (e isso é comprovado cientificamente) todos os outros zumbis acordam também.
Formou-se, então, um coro de “απόστολος..... απόστολος....buuu” que ecoava pela planície. Às vezes Martinho ouvia um “miserere nobis…..miserere nobis…..buuu”, que parecia um daqueles contracantos Gregorianos. Martinho se apegou a árvore, teria até subido nela se conseguisse, mas tinha jantado dignamente e agora se via incapaz de algumas atividades físicas.
De repente, surge de traz da árvore um homenzinho todo torto com uma pá na mão, ele olhou para Martinho e exclamou:
- Noite sinhô!
- Meu Deus! Você está vivo?!
- Ó meu bom fradizinho...Eu não sou seu Deus, mas eu tô vivinho, e “ovi” dizê que Deus tumbém.
- Mas?! O que é isso, que são esses zumbis andando de um lado para o outro falando essas coisas esquisitas?? O senhor não se assusta??
- Ah, num mi assusto não, só quando os difunto Calvinista cumeça a prosar com os Arminiano, daí eu fujo pra casa e tranco a porta.
- Mas esses aí tão mortos não? O que eles fazem aí do lado de fora?
- Esses aí são os apóstolos, eles “insiste” em não morrer, embora já tenham morrido faz tempos eles volta às vezes pra rezar missa sabe? Acho que hoje é Agnus Dei...O sinhô precisa de ver quando eles fazem missa de enterro, é divertido que só!
- Mas os apóstolos morreram! Deveriam continuar mortos! É assim que as coisas são!
- Pro sinhô ver que como nesses fins de tempo não se respeitam mais a coisas. Antigamente eu ainda passava por aqui falando com os meus botões “Apóstolo não existe Zé, é tudo coisa da tua cabeça, apóstolo não existe é tudo fantasma” daí eu parei de ter medo e continuo no meu trabalho.
- Mas isso não pode ficar assim! E se essas criaturas saírem por aí assombrando todo mundo?! Temos que fazer alguma coisa antes que seja tarde demais!
- Tarde já é homem de Deus...É "mió" esperar até que seja cedo.
- Mas aí pode ser tarde demais!!
- ...O "sinhô" tá me confundindo....Agora é tarde da noite, é "mió" esperar o dia "nascê" pra então "fazê" qualquer coisa.
- Mas por quê não fazer algo agora?!
- Porque a madrugada é deles, mas o dia não, eles aproveitam enquanto é noite porque não podem resistir a luz do dia...É isso o que eu faço meu bom "fradin", espero o sol pra concertar toda a bagunça que esses aí "tão" fazendo. Mas venha, tenho um barril hidromel que nem nos cafundós mais distantes de "Uitembergue" o "sinhô" vai encontrar igual.
Então Martinho se foi e, como não tinha prometido se abster de hidromel achou de bom grado acompanhar o coveiro. Ficou lá divagando sobre suas idéias protestantes, pensando em um dia ser papa, presidente ou, quem sabe, um bom coveiro.
Era uma noite escura, Martinho não sabia onde estava, nem mesmo como tinha chegado ali. Era tudo meio nebuloso como nos filmes de terror. Olhando mais atentamente à sua volta, percebeu que estava atrás de uma igreja abandonada e no meio do que parecia ser um cemitério.
Martinho sabia que já havia visitado uma Igreja assim, com um cemitério nos fundos, mas não se lembrava aonde. O que é perfeitamente compreensível de acontecer em uma noite escura e que agora começava a ficar fria. Martinho seguiu então na direção da Igreja na esperança de fugir do frio.
Quanto mais andava mais túmulos via no caminho, e o frio ia cada vez aumentando mais. Cansado, sentou-se perto de uma árvore, tão morta quanto tudo ali, mais ainda assim, uma árvore. Prometeu ali, diante dos céus, que nunca mais tomaria vinho com chucrute e pernil de porco antes de dormir, nunca mais mesmo, nem como penitência.
Martinho ficou ali sentado tentando se lembrar de quando tinha visitado alguma Igreja com cemitério, afinal não é uma coisa muito comum. De repente, houve um estalo, ali do seu lado, uma mão magra saia da terra, seguida por um braço e um resto de corpo. “Mein Gott, o que é isso?” exclamou Martinho, e o defunto replicou : “απόστολος..... απόστολος....buuu”.
Aquilo era realmente assustador, e só seria menos assustador se os amigos do primeiro zumbi continuassem dormindo o que não aconteceu, já que sempre que um zumbi acorda (e isso é comprovado cientificamente) todos os outros zumbis acordam também.
Formou-se, então, um coro de “απόστολος..... απόστολος....buuu” que ecoava pela planície. Às vezes Martinho ouvia um “miserere nobis…..miserere nobis…..buuu”, que parecia um daqueles contracantos Gregorianos. Martinho se apegou a árvore, teria até subido nela se conseguisse, mas tinha jantado dignamente e agora se via incapaz de algumas atividades físicas.
De repente, surge de traz da árvore um homenzinho todo torto com uma pá na mão, ele olhou para Martinho e exclamou:
- Noite sinhô!
- Meu Deus! Você está vivo?!
- Ó meu bom fradizinho...Eu não sou seu Deus, mas eu tô vivinho, e “ovi” dizê que Deus tumbém.
- Mas?! O que é isso, que são esses zumbis andando de um lado para o outro falando essas coisas esquisitas?? O senhor não se assusta??
- Ah, num mi assusto não, só quando os difunto Calvinista cumeça a prosar com os Arminiano, daí eu fujo pra casa e tranco a porta.
- Mas esses aí tão mortos não? O que eles fazem aí do lado de fora?
- Esses aí são os apóstolos, eles “insiste” em não morrer, embora já tenham morrido faz tempos eles volta às vezes pra rezar missa sabe? Acho que hoje é Agnus Dei...O sinhô precisa de ver quando eles fazem missa de enterro, é divertido que só!
- Mas os apóstolos morreram! Deveriam continuar mortos! É assim que as coisas são!
- Pro sinhô ver que como nesses fins de tempo não se respeitam mais a coisas. Antigamente eu ainda passava por aqui falando com os meus botões “Apóstolo não existe Zé, é tudo coisa da tua cabeça, apóstolo não existe é tudo fantasma” daí eu parei de ter medo e continuo no meu trabalho.
- Mas isso não pode ficar assim! E se essas criaturas saírem por aí assombrando todo mundo?! Temos que fazer alguma coisa antes que seja tarde demais!
- Tarde já é homem de Deus...É "mió" esperar até que seja cedo.
- Mas aí pode ser tarde demais!!
- ...O "sinhô" tá me confundindo....Agora é tarde da noite, é "mió" esperar o dia "nascê" pra então "fazê" qualquer coisa.
- Mas por quê não fazer algo agora?!
- Porque a madrugada é deles, mas o dia não, eles aproveitam enquanto é noite porque não podem resistir a luz do dia...É isso o que eu faço meu bom "fradin", espero o sol pra concertar toda a bagunça que esses aí "tão" fazendo. Mas venha, tenho um barril hidromel que nem nos cafundós mais distantes de "Uitembergue" o "sinhô" vai encontrar igual.
Então Martinho se foi e, como não tinha prometido se abster de hidromel achou de bom grado acompanhar o coveiro. Ficou lá divagando sobre suas idéias protestantes, pensando em um dia ser papa, presidente ou, quem sabe, um bom coveiro.
24.5.10
20.5.10
meu, Seu
Uma simples nota toca meu coração
Dissonante acorde, acorda minha noção
De que versos são sempre curtos
Para dizer o que passa no fundo
Desse meu, seu coração
Eu sigo contente cantando minha canção
E, andando assim, contanto que não
Esqueça que a vida tem seus surtos,
Certamente estarei seguro
Nessa sua, minha salvação
Dissonante acorde, acorda minha noção
De que versos são sempre curtos
Para dizer o que passa no fundo
Desse meu, seu coração
Eu sigo contente cantando minha canção
E, andando assim, contanto que não
Esqueça que a vida tem seus surtos,
Certamente estarei seguro
Nessa sua, minha salvação
6.5.10
o Martinho
"Simonia é o novo! Simonia é o novo! Um é cinco três ‘é’ dez!". Foi o que Martinho ouviu assim que chegou na rua Senhor dos Passos. Ainda estava meio atordoado depois de se penitenciar com um passeio de metrô, da Glória até a Uruguaiana...Que antes se chamava Limbo (Antes do Choque de Ordem da Prefeitura ter Vaticanizado a extinção dele). Martinho estava meio assustado com toda aquela movimentação, afinal Simonia é um daqueles produtos falsificados que sonegam impostos e direitos tributários. Mas é difícil resistir a uma boa promoção.
Martinho continuou seu caminho, quando, do nada, surge um homem falando ao seu ouvido:
- Aê meirmão, te descolo aqui uma indulgência da boa, tá afim?
Movido pelo medo que essa doce pergunta provocou, Martinho sentiu sua mão indo buscar a carteira quase que automaticamente. Mas, lembrando de que essas coisas compradas assim na rua sempre quebram quando você precisa, mudou de ideia e seguiu andando.
Logo ali na esquina tinha numa grande faixa escrito: "Grande campanha das sete velas de sete metros. Sete sábados de grande poder e vitória", logo embaixo tinha umas cinco senhoras vendendo velas por metro. Veio em sua direção uma daquelas pessoas que panfletam na rua, que quase chegam a botar o panfleto dentro do seu bolso. Martinho, que às vezes era dado à gentileza, resolveu estender a mão e evitar qualquer constrangimento. O folheto dizia: “Quer ser Sacerdote? Quer ser Bispo? Quer ser Papa? Então faça o curso Pelágio, preparando apóstolos para o mundo!".Martinho continuou andando, agora pensativo sobre os significados daquele slogan.
Antes de chegar ao centro da Cidade dos Homens, sentiu sede. Entrou numa lanchonete chamada Jirê's lanches, uma típica fast-food local, e pediu apenas um copo de água à atendente.
- "É" dez reais moço.
- Um copo d'água?
- Num é água comum, é água benzida.
- Mas eu não tenho esse dinheiro
- Agente aceita cartão, simonia ou indulgência.
- Mas eu não tenho dinheiro, não tem água da bica?
- Então moço, assim o senhor "vai estar" dificultando...A caixa d'água foi benzida junto com toda a comida. Tudo aqui é sagrado, por isso nada é de graça.
Martinho saiu dali um pouco cabisbaixo, repensando seriamente suas idéias protestantes, tomou um táxi da "Carro de Fogo, transportes e turismo" deu umas cinco voltas na cidade e voltou para o seu mosteiro, para sua cela, para sua Bíblia.
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