5.2.10

Senhor Austragésio

Senhor Austragésio, sentado no muro pensando na vida
olhando as nuvens, com seus botões e cadarços de camurça
tirou férias da vida, da lida, do quintal que seco murcha
viajou uns dias, outros nem tanto, mas nos olhos mantinha

Aquele brilho de quem quer ir e voltar, e de sempre estar
aqui e lá, mas que sempre fica pra contar mais uma estória
porque por mais que se vá tem-se que sempre a um porto voltar
pra todo causo, conto, cantiga se eternizar como memória

Senhor Austragésio, sentado no muro pensando fica
olhando a lua, a aurora, a luz que de súbito nasce
que se vai devegar sem muito se importar com a face
de Austragésio, olhando pasmo o retorno súbito à vida

De quem esteve longe, andando como um monge cavalheiro
como um trovador guerreiro, ou um poeta bravio e rude
mas feliz, saudoso de tudo, do céu do mar e seu cheiro
Senhor Austragésio volta ao fim, ao início, à Quietude

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